Camocim é um município e uma cidade do estado do Ceará, Brasil. Localiza-se na microrregião do Litoral de Camocim e Acaraú, mesorregião do Noroeste Cearense. O município tem quase 60 mil habitantes e 1158 km². É a terra do aviador Pinto Martins.
O topônimo camocim, cambucy, camucym ou camotim vem do Tupi Guarani e pode siginificar:
buraco para enterrar defunto ou pote (vaso em geral), segundo Silveira Bueno;
a urna funerária dos indígenas, também chamada de igaçaba;
louça em geral segundo Gonçalves Dias.
Provavelmente o topônimo camocim é uma alusão ao ritual funerário (enterro) dos Tremembé, que não praticavam a antropofagia como diversos povos indígenas que viviam nas terras do Ceará.
Sua denominação original era Barra do Camocim e desde 1879, Camocim.
É costume os moradores desta cidade serem chamados de coró (peixe abundante na região), assim como os moradores da cidade de Granja são conhecidos como cangati.
A área na qual Camocim localiza-se é um território de uma rica história de intercâmbio e conflítos entre os povos indígenas nativos e os europeus, tais como os franceses, holandeses, ingleses e portugueses. Os franceses já negociavam, o chamado escambo, com os povos nativos dessa região antes mesmos das primeiras expedições portuguesas.
Os primeiros habitantes foram os indigenas de várias etnias, tais como os Tremembé, Tabajara, Jurema, Jenipaboaçu, Cambida.
Os portugueses chegaram nestas bandas, a partir da segunda metade do Século XVI, com diversos intuítos: um reconhecimento completo da região a partir de Tutóia no Maranhão aos limites finais entre Ceará e Rio Grande do Norte ou como base de apoio para a ocupação do litoral, bem como base de apoio para confrontos militares com os franceses que ocupavam o Maranhão. Deste momento histórico existem várias cartas topográficas datadas dos séculos XVII, que já descrevem a barra do rio Camorim, que foi catografada com o nome de Rio da Cruz.
Em 1604, Pero Coelho de Souza, passou nestas bandas com rumo a Ibiapaba e as batalhas contra os nativos que apoiaram os franceses e contas o franceses estabelecidos na região entre o Camocim e o Maranhão.
Depois da segunda metade do século XVII, depois da saídas dos neerlandeses do Brasil, os jesuítas tinham o Camocim como porto e porta de entrada para a Ibiapaba. Dessa época surgiu ainda por parte dos portugueses o projeto de construir o Forte em Camocim com a intenção de proteger os assentamentos portugueses dos ataques dos índios e impedir que outros povos europeus fizessem escambo com os nativos indígenas, porém este projeto não foi adiante. A região do Camocim era o centro de apoio para as ações militares e religiosas por parte dos portugueses.
A Barra do Camocim como núcleo urbano vai consolidar-se com a traferêcia da Missão de da Tabainha. Um empreendimento do padre Ascenço Gago, com o intuíto de aldaiar os Tremembé e outra etnias.
A partir de 1792, chegam a Barra do Camocim, famílias oriundas de Tutoia, as quais inplementaram a agricultura e pecuária na região. Em 1868, foi criado o distrito policial e desta forma Camocim consolida-se como núcleo urbano. E o que vai definitivamente consolidar Camocim como centro urbano e econômico é a construção da Estrada de Ferro de Sobral-Camocim a partir de 1879 e do porto.
Seu clima é tropical quente sub-úmido com pluviometria média de 1.350 mm com chuvas concentradas de janeiro à abril. O vento é muito forte de julho atè janeiro, normalmente entre os 25-35 knts.
As principais fontes de água são: Baía de Camocim, Lago Grande, do Boqueirão, da Moréia, Lagoa Cangalha e Inhanduba, Córrego da Forquilha, Rio Coreaú, Trindade, P. Maceió, Imburava. Embora alguns desconheçam as praias da Tatajuba, do Guriú, dos Remédios e do Xavier são pertencentes ao município de Camocim e não ao município de Jijoca de Jericoacoara como muitos pensam pelo fato de terem localização geográfica próxima e também por Jericoacoara ter um fluxo de turistas intenso, que acabam fazendo também esta rota.