Sipadan é a única ilha oceânica da Malásia. Foi formada por corais vivos que cresceram no topo de um vulcão cônico extinto, numa ação que levou milhares de anos para acontecer. Sipadan, no Mar das Celebes, está no coração da região biogeográfica Indo-Pacífico, o centro de um dos habitats marinhos mais ricos do mundo: mais de 3.000 espécies de peixes e milhares de espécies de corais já foram classificadas naquele ecossistema.
No passado, a ilha era centro de uma disputa territorial entre Malásia e Indonésia. O caso foi trazido para a adjudicação da Corte Internacional de Justiça e, no fim de 2002, a Corte tomou a decisão de incorporar a ilha ao território malásio. As Filipinas também tentaram intervir no caso, alegando que Sipadan era, na verdade, “Bornéu do Norte”, mas o pedido foi ignorado. Em 23 de abril de 2000, 21 pessoas foram seqüestradas pelo grupo terrorista filipino Abu Sayyaf. Os terroristas armados chegaram de barco e forçaram 10 turistas e 11 trabalhadores a embarcarem e levaram as vítimas para Mindanao, a segunda maior ilha das Filipinas. Todas as vítimas foram libertadas.
Jacques-Yves Cousteau (1910-1997), o mundialmente renomado oceanógrafo, descreveu Pulau Sipadan (Ilha Sipadan) como uma “peça de arte intocada”, enquanto mergulhadores de todo o planeta votaram na ilha como o melhor lugar para a prática de mergulho do mundo. E Sipadan tem apenas 0,12 km² de área. Uma caminhada de 25 minutos seria o bastante para dar a volta na ilha. Cercada por águas cristalinas, a ilha surgiu a muitos metros acima do solo oceânico. A apenas nove metros da praia, você estará em profundidades de mais de 600 metros. Isso faz com que todos os pontos de mergulho sejam facilmente alcançáveis por barcos.
Acima do nível do mar, a biodiversidade também é vasta. Declarada como santuário de pássaros em 1933, a densa vegetação de Sipadan suporta uma grande variedade de aves tropicais. Representando a fauna terrestre, também merecem destaque os crustáceos exóticos que rodeiam as praias e que, quando assustados, se debandam para o fundo das areias e o lagarto-monitor, da mesma família do Dragão de Komodo, mas inofensivo.
As areias brancas e finas das praias são cercadas pelos 700 hectares de recifes de corais, que crescem desde o fundo do mar até os 40 metros de profundidade, e quando vistos do ar, criam uma curiosa espécie de margem em torno da ilha. Esses recifes abrigam várias comunidades de crustáceos e peixes. É quase impossível mergulhar por lá e não se deparar com tartarugas, tubarões do recife, peixes crocodilos, cobras da água, mantas gigantes, fora os incontáveis cardumes de peixes. Enfim, Sipadan está no centro de um dos ecossistemas aquáticos mais ricos do mundo.
Considerando que a prática da pesca com explosivos é amplamente utilizada em boa parte dos oceanos Pacífico e Índico, a ausência de pescadores é uma benção para Sipadan. Ali, os turistas é que são os visitantes ocasionais: são atraídos pela idéia de encontrarem uma ilha praticamente deserta e pela possibilidade de mergulharem em um dos recifes mais bem conservados do mundo. Estes, felizmente, tratam a ilha como uma verdadeira jóia preciosa. O que ela realmente é. (Fonte: http://www.milmaravilhas.net/sipadan/)